Os Campos Verdejantes

Link, ainda em guarda, via as crepitantes chamas da fogueira. Ouvindo atentamente a canção, estranhamente a reconheceu. Começa a tocar a mesma melodia em sua Ocarina, acompanhando o ritmo de Ragadtol.

- Então. Podemos aproveitar a noite para conversarmos. Vocês tem alguma pergunta sobre algo?

Disse, fitando os dois rapazes.

Terminava a canção, logo guardando sua Ocarina. Sentava lateralmente a Ragadtol:
- Bom... Voltando a um assunto anterior, gostaria de perguntar onde eu poderia treinar ao mesmo tempo que ganho algumas moedas. Você conhece algum tipo de guilda que oferece Quest's?

- Bem. Os reinos dos Humanos sempre contratam cavaleiros e guardas. Quem sabe voce não se alista? Também existem guildas, sim. Mas são todas secretas. Eu mesmo, participo de duas ou três. Mas, como eu disse, são secretas, então você não vai encontra-las com facilidade.

- Bom, se um dia calhar de eu encontrar uma destas vou ver se consigo ingressar. Quanto ao reino dos humanos, costumo ficar distante. Você provavelmente sabe como eles tratam os soldados de baixo escalão.
Dizia, esquentando as mãos na fogueira.

- Hmpt. E como era lá, de onde veio?

- Na maioria dos casos, não existem alistamentos. Eles vem por conta própria procurar a Líder dos esquadrões. São todos bem tratados não importando o escalão, pois, o próprio título de soldado é um só. São todos bem equipados por equipamentos de alta qualidade, fabricados com materiais que coletamos de nossas posses de território. É bem tranquilo, eu diria. Poucos se atrevem a escalar aquelas montanhas.
Interrompia entre fala e outra.

- E o Mar de Serpentes? Tiveram de enfrentar alguma? Eu mesmo, só tive visões daquelas criaturas. Monstruosas, é o que são.

Disse Ragadtol, observando os dois.

- HAHAHA!
Ria alto, um pouco exagerado, sim.
- Nunca tinha visto coisa maior! Quase afundou a embarcação! Bichanas malditas!

- E você sobreviveu? Isso sim é uma boa história.

Comentou.

Um estampido foi ouvido. Algo como uma bala de canhão sendo disparada ao longe. Provavelmente, depois das Montanhas.

De súbito Marko, que só observava a conversa, começava a falar.
- Minha viagem para cá foi tranquila, nada de serpentes nem nada do tipo...
Então o barulho do tiro desviou a atenção da conversa para as montanhas.
- Devemos averiguar?

Ragadtol olhou para a direção das Montanhas.

- Não... Provavelmente está tudo bem. E mesmo que quisessemos chegar lá, demorariamos mais do que a noite inteira. Eu ouvi esse barulho algumas vezes... Tenho quase certeza que são apenas viajantes barulhentos. Mas, por precaução, mantenha sua arma por perto.

Disse Ragadtol, virando o rosto para as chamas.

- Entendo... E qual sua história? O que você fez para ficar vagando por estas terras?

- Bom... Contando de uma forma rápida, meu povo foi praticamente exterminado durante uma guerra. Poucos sobreviveram, entre eles um anão que nunca havia tido a oportunidade de viver por si só. Enquanto todos iam para os domínios de Húrin, eu preferi explorar o continente para que pudessem se orgulhar de mim.

Disse, agora olhando para Marko.

- Bela história... Bem se você me dá licença, eu vou caminhar um pouco.

Marko se levanta e começa se arrumar para explorar um pouco os arredores da colina.

- Não garanto a sua segurança, rapaz.

- Relaxe... Já passei por várias coisas, hum... E não vou muito longe, só preciso caminhar uns 5 ou 10 metros, minhas pernas doem se eu ficar muito tempo parado.

Marko partia para sua caminhada, 8 metros foi o que ele caminhou.

- Acho que isso basta.

Dando meia volta, O Louco caminhava tranquilamente para o acampamento.

Marko começou a ouvir ruídos ao longe. Como se as cordas vocais do que estivesse fazendo aquele barulho estivessem sendo arranhada. O que poderia estar fazendo aquele barulho, tão distante?

- Mas que merda...

Marko chegava no acampamento para avisar Ragadtol.

- Me siga, rápido.

Ragadtol levantou-se em um salto, segurando seu machado enquanto corria atrás de Marko.

- Por aqui...

Marko chegava no ponto em que ele havia escutado o barulho. Sussurrando, ele falava com o anão.

- É por aqui, andamos uns 150 metros mais ou menos, se não encontrarmos nada podemos voltar.

- O que foi?

Disse Ragadtol, também sussurrando.

- Não sei, algum som de algo sendo arranhado. Precisamos saber se há perigo.

Mais alguns metros e eles estariam no local de onde o som saiu.

- Com certeza há perigo, Marko. Não duvidaria disso nem que a minha barba fosse arrancada. Você viu o que fez o barulho?