Os Campos Verdejantes

- Dranght?
Perguntava, mostrando interesse.
- O que tem lá?

- Drangth, Drangth! É um dos maiores e mais antigos reinos dos Humanos. É uma cidade sombria, se quer saber. Tem um ar... Maligno. E isso é bom, porque lá é o tipo de lugar aonde tudo pode acontecer, portanto, um trabalho de mercenário não é dificil de se conseguir. Mas, se quer saber, a cidade não é tão grande quanto as cidades dos anões.

Disse Ragadtol, terminando de falar com um visível orgulho.

- Bom... Eu me arriscaria nas cidades dos anões, pois dizem possuir excelentes centros de intercâmbio. Mas, como disse, sou meio que... repugno para vocês. Concordo em acompanhar-te até Drangth, como um começo nesta região. Obrigado pela oportunidade.
Dizia, finalizando com extrema nobreza e educação, e um sorriso largo e maravilhoso.

O Anão, indignado, começava a falar com pressa e visivelmente estressado.

- Sim-as-cidades-dos-anões-tem-grandes-centros-de-dinheiro-mas-não-pertencem-a-ninguém-além-da-minha-raça. Eu duvido que deixariam um Orelhas-pontudas entrar em uma de nossas fortalezas. Hmph!

Disse, e pôs-se a andar em direção a Drangth.

- É por aqui, vocês dois.
Disse, irritado.

- Mas que convencido!
Comentava Navi, sussurrando.
- Não se preocupe, Navi. Pelo menos não tivemos essa conversa com aquele ali.
Dizia, apontando para o Gnoll, que se fartava com mais alguns membros decapitados dos Orcs.
- Vamos segui-lo e ver o que ele tem a nos fornecer de informação.
- Sim, vamos!

Acompanhava o Anão, visivelmente intrigado por sua personalidade. Porém, nada de mais para ele. Apenas sabia que nunca seria visivelmente afetado por tal personalidade, o que o mantinha a seguir o Anão com seus longos passos.

- Então, o que veio fazer aqui em Pine Barrens?

Disse Ragadtol, dirigindo-se a Link.

- Estou em uma missão muito importante, em nome de minha Vila. Fiquei sabendo que, em algum lugar deste continente, se encontra um objeto muito importante para a conclusão de meus objetivos.
Pausava, por alguns instantes.
- E então, me desloquei até aqui para procurá-lo.
Respondia ao Anão.

- Um objeto é? Em qual lugar, exatamente? Não nas Colinas Congeladas, imagino?

Disse Ragadtol, agora virando-se para Link enquanto subiam um pequeno morro.

- Imagino que não. É mais provável que esteja nas Ruínas de Karjark'h Jae.
Subia o morro junto a Ragadtol, acompanhando seu ritmo.

- Ah... As Ruínas, é? Bem. Se é assim.

Disse o Anão. Assim que subiram o morro, apontou para uma direção.

- Você pode ter uma visão das Ruínas daqui... Veja. Mas eu já estou te avisando, você não vai querer ir até lá. É amaldiçoado, dizem.

Disse Ragadtol, sem parar de andar.

- Eu já ouvi falar. Antes de tudo, tenho assuntos financeiros a resolver. Preciso de algumas melhorias e equipamentos antes de enfrentar qualquer direção que não seja uma metrópole.
Dizia, continuando a andar enquanto observava de longe as ruínas.

- Bem, se você veio pra cá, obviamente passou por Dornell. Aconteceu algo por lá?

- Digamos que... Ainda preciso de oportunidades de ganhar algumas moedas.
Interrompia por momentos.
- Inclusive, creio que conhece alguém que poderia me oferecer missões, não?
Perguntava.

- Isso depende... Com missões, você obviamente se refere a um jeito de ganhar dinheiro... O que resta saber é o que você quer fazer nessas... Missões. Eu, por exemplo, se não arranjar nada como mercenário, vou trabalhar por um tempo em uma das forjarias dos Humanos. Não pagam tão bem quanto eu gostaria, mas também, não vou fazer nada mais do que derreter ferro e aço e joga-los em um molde pronto... E eles chamam isso de forjar... Pff!

- Pois é, veja só.
Parava, retirando seu Arco, o mostrando para o Anão.
- Esse Arco já vem durando 40 gerações, e pertenceu a 18 das vidas passadas de minha mãe.
Dizia, o colocando de volta nas costas.
- Relíquias como esta não existem mais. Nesse ponto podemos concordar.
Dizia, voltando a andar.

- Nunca gostei de arcos. É claro, eu admiro aqueles que sabem usar um com maestria. Mas eu mesmo, nunca fui muito fã.

Disse, sem parar de andar.

Retirava novamente o Arco das costas, o carregando com uma flecha. A estica até atrás do ombro, a lançando para frente. A mira foi tão perfeita, que a maçã que estava a 500 metros de distância foi perfurada por ela, e ficou enganchada no tronco. Guardou o arco.
Continua andando, esperando chegar no local do acerto para recuperar a flecha e comer a maçã.

- Hmpt. Vamos demorar cerca de quatro dias andando até Drangth. Teremos de passar pelas Montanhas de Pedra, então, se tomarmos o rumo certo, chegaremos lá.

- Tudo bem. Vou seguir seus conselhos, exímio guerreiro.
Parava, ao chegar no local do acerto. Coletava a flecha, desencaixando a maçã da mesma e a colocando na aljava. Seguiu caminho saboreando a maçã. Prosseguia caminhando.
- E o que temos de interessante nas montanhas de pedra?

- Bem... Como eu posso explicar... Hum.

Disse o anão... Após alguns segundos, disse:

- É como um labirinto, feito de caminhos e montanhas. Existem vários caminhos... Eu mesmo, nunca entrei em todos, tem mais ou menos uns vinte, eu só entrei em três ou quatro.

Disse, imaginando que o Elfo entenderia.

- E também, dizem que vivem alguns gigantes por lá.

- Já encontrou algum deles, nos três ou quatro caminhos que já passou?
Caminhando, fazia uma pequena pausa. Navi saia de seu ombro para buscar um morango que havia avistado. Voltava, e sentava novamente em seu ombro, desta vez saboreando o morango. Assim como Link, que prosseguia saboreando a maçã.

- Já vi a sombra de um, apenas... Era colossal... Maior do que a própria montanha.

- Humph. Uma briga com um desses não é das mais fáceis. Mas então...
Terminava a maçã, jogando o que sobrara numa moita ali próxima.
- Dessa vez, vai querer ir por um dos caminhos alternativos?

- Não é assim que funciona, rapaz. Você não vai querer se aventurar aleatóriamente por aqueles túneis. Existem feitiços e magias antigas em alguns deles... Dizem que existe até mesmo um cemitério de antigos feiticeiros das trevas em um daqueles portais. Não, eu prefiro ir pelo caminho que conheço e que mesmo assim, é perigoso.

- Pois bem. Continuemos a caminhada.
Dizia, enquanto pegava com delicadeza sua Ocarina. Tocava uma linda melodia, calma, com frequências leves. Navi estava adorando. Continua o caminho a tocando para Navi.