Caverna Sombria

Wolfric, se viu em um lugar totalmente iluminado, semelhante à um vasto campo com uma bela vegetação e uma montanha, a famosa Montanha da Perdição, o lugar onde Wolfric havia nascido.

Wolfric andou, ainda protegido.

- Hã?

Disse, aturdido pelo local.

Wolfric, ouvia o farfalhar das folhas e se forçasse mais um pouco a sua audição poderia ouvir o bater do vento na encosta da montanha. O local estava rodeado por silêncio.

- Como... Como é possivel?

Disse Wolfric, espantado. Contudo, não abaixou sua guarda. Continuou caminhando, em direção a Montanha.

Nada havia mudado, a montanha tinha o mesmo aspecto e a vegetação era a mesma, a não ser pelo fato que o silêncio tinha tomado conta do local, deixando um pequeno ar de suspeita.

Começou a subir a montanha, atento. A espada reluzia o brilho do sol. O Escudo, ainda encantado, emanava calor.

Ao chegar em certa altura da montanha, Wolfric viu uma pequena abertura de pedra, talhada com línguas esquecidas e desenhos irreconhecíveis.

Caminhou em direção a fenda, curioso. Atentou-se as palavras e desenhos, tentando decifrar algo.

Você reconheceu que era uma língua antiga e até então morta. Não conseguiu decifrar, apenas entendeu um pouco melhor os desenhos; algumas caveiras e esqueletos, desenhados de uma forma estranha mas ao mesmo tempo divertida de se olhar.

Adentrou a fenda, atento. O escudo em frente ao corpo, iluminando o caminho.

Nos primeiros passos, Wolfric, sentiu um frio na espinha. O local era decorado por corpos pendurados e crânios por toda a parte, o cheiro de sangue se espalhava pelo local, criando uma pequena sensação desconfortável. Era iluminado por uma única tocha crepitante, um corredor sem fim que não daria em nada, apenas na escuridão.

Seguiu o caminho. A luz de seu escudo iluminando menos que dois metros a frente. Andou devagar, olhando para o chão.

O espaço do corredor era apertado, e os corpos pendurados pareciam inquietos com a presença de Wolfric. Conforme Wolfric ia passando, os corpos pareciam que se jogavam para cima dele, balançando em uma sincronia perfeita, como um pêndulo. Um guinado podia ser ouvido à metros de distância, tão agudo e tão horrível que faria os timpânos de qualquer um começarem à sangrar.

- Gwwwwwwwwwwwyaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah!!!!!!!!!!!

Preparou-se. Parou de andar e, com a mão frente ao corpo, lançou uma esfera flamejante para iluminar o caminho a sua frente antes que voltasse a andar.

A esfera flamejante iluminou o resto do corredor, até chegar à um distância que já não era possível ver sua luz se exalar.
Não havia nada onde a esfera tinha iluminado, apenas mais e mais corpos que balançavam.

Voltou a caminhar. Dobrou levemente os joelhos e começou a andar de lado. O escudo protegendo o corpo, a espada preparada acima da cabeça.

Após estar exausto de caminhar, ele se viu no fim do corredor. O fim do corredor dava origem à quatro tunéis. Qual seria o certo !?

Escolheu aleatoriamente um túnel, o primeiro a direita. Seguiu por ele, ainda na mesma posição.

Esse tunél já era mais largo, era uma plataforma de madeira que cruzava um grande rio de corpos e sangue. O fedor era horrível, e os corpos que se banhavam no grande rio já estavam em estado de decomposição, mas pareciam pedir socorro e ajuda aos que passavam por ali.

Seguiu o caminho, ignorando os que agonizavam ao seu redor.

No fim da ponte, um pequeno portal de pedra adornado com as mesmas escrituras que se encontravam na pedra, estava à frente. O rio terminava em uma cachoeira sem fim, onde os corpos caíam e agonizavam e lamentavam eternamente.

Chegou até a pedra, parando a poucos passos. Observou-a, curioso.

Era um simples portal com as mesmas escrituras e desenhos, a única diferença é que brilhavam em um azul-turquesa de forte intensidade.

Respirou fundo. Atravessou o portal, atento.

Um clarão de luz, se criou de dentro da sala. Todas as tochas se apagaram, incluindo o brilho do portal que agora começava a falhar. A luz se dissipou em diversos filetes, que explodiram contra as paredes rochosas da sala.
A sala era enorme, e era decorada com pilhas de ossos para todos os lugares, mesas de bruxaria, símbolos estranhos espalhados pelo chão e frases escritas em sangue nas paredes. Iluminada por uma única vela de coloração roxa, a sala parecia um belo covil de bruxo, mas parecia estar vazia e abandonada há muitos anos.