Floresta de Myra

- Você realmente não se lembra de mais nada?

Olha para Marko, esperando ajudá-lo a recordar, pergunta:

- Você ao menos lembra por que te encontramos neste lugar mórbido?

- Siiiiim, isso nós lembramos, Ele disse que devíamos vir aqui, então nós viemos, siiiiiiiiim. E também foi aqui que nós nascemos, siiiiiiim, pegando uma parte de armadura de um cadáverrrrrr até juntar para o corpo inteiro, siiiiiiiim, isso nós lembra....

Marko começava então a observar ao longe e ficava um pouco inquieto...

- Bem... E você, senhora? Qual sua história?

Diz Wolfric, virando-se para a mulher.

Olha sutilmente para Wolfric, demonstrando uma feição neutra:

- Bom, é uma história complicada...

Se acomoda, pronta para recitar alguns montes de palavras e explicações:

- Começa com meu nascimento. Não tenho muitas informações, apenas sei que fui largado por meu pai em uma vila Élfica, que se chamava Vila Araquiel. Eu cresci por lá, sendo ensinada com os princípios Elfos, mesmo os cidadães e o líder da vila sabendo que minhas origens eram Místicas. Eles pretendiam me usar como um objeto de defesa da vila. Eu cresci, treinando arduamente dias e noites, não que me fosse esforço, porém você mais do que ninguém sabe como é isso. Eu me tornei uma guerreira excepcional, e começaram a ver uma ameaça em mim. Foi então que se voltaram contra mim, e me emboscaram... Quanto a vila? Não existe mais, eu a destruí e a todos os mais de 500 elfos que me emboscaram naquela noite. Eles nem tocaram em mim, porém Araquiel sumiu do local.

Ela interrompe a fala, separando a história de sua próxima fala, para não deixar Marko confuso:

- Atualmente vago por alguns locais procurando conhecimento, e também esperando um dia encontrar Araquiel. Gostaria de vê-lo em minha frente novamente.

Ela abaixa sua cabeça, e pensativa lança uma pergunta aos presentes:

- Meio sem graça, não?

Lança a fala levantando o rosto com um sorriso forçado, que era claramente perceptível...

- Eu lamento... É uma história triste. Me perdoe senhora, eu não deveria ter perguntado...

Diz Wolfric, sem jeito.

Marko coçava a cabeça olhando para o vazio quando percebe que algo foi dito.

- O quê? Nós estavamosssss olhando para a floresssssta vendo se não tinha nenhum perigo, não, não tinha...

- Siiiiiiim, não tinha, mas se tivesse, ai teria morte sim, moooorte, mas não a nossa, nãaaaaaao mesmo. AHAHAHAHAHAHAHA.

Ainda forçando um sorriso, ela responde audivelmente para todos os presentes:

- Não precisa se perdoar. Acho que todos aqui tiveram dias ruins.

Olhando com um rosto extremamente encantador, olha para Wolfric, lançando a frase:

- E pode me chamar de Morgan!

Diz educadamente, mostrando simpatia com todos presentes.

- Não me sinto confortável, me desculpe. Se me permitir, eu poderia contar-lhes a minha história... Mas já aviso, não é algo bonito.

Marko apenas "autistava" olhando para os lados, apesar de ter sua loucura ele ainda sim era um excelente vigia, ele apenas ficava girando a cabeça para todos os lados observando tudo...

Observando a agitação de Marko, responde a Wolfric:

- A Beleza é uma virtude para poucos. Sinta-se a vontade para contar.

Muda sua posição, para algo mais inclinado frontalmente. Atenta a qualquer palavra que ali fosse dita.

- Bom... É... É complicado.

Disse Wolfric.

- Eu fui criado para guerrear, entende? Então, desde minha criação, foi-me ensinada a arte do combate e da guerra. Com cerca de 15 ou 16 anos, fui para o campo de batalha pela primeira vez. Voltei quase morto. Então, resolvi aprender por conta própria a magia do fogo... Veja bem, não teria efeito contra os Draconianos, visto que eles são mestres no uso desse tipo de magia. Mas, eu poderia desviar os ataques que eles lançassem contra mim. Então aprendi, e em pouco tempo, eu tinha uma vantagem sobre eles... Eu tirara uma de suas principais e mais temidas armas: O Fogo. E agora, eu o controlava. Então, a noite, eu costumava ir até seus acampamentos e queimar suas barracas de comida e moradia. Lembro que uma noite, atacaram o acampamento aonde eu estava... Eu estava de vigia, entende? Então por sorte, pude alertar as pessoas. Todos acham que eu, por ser um Warforged, fui criado para servir aos humanos. Eu nunca achei certo... Durante a guerra, eu não tinha escolha a não ser combater, sabe? Era questão de sobrevivência. Mas depois que a guerra acabou... Eu simplesmente não consigo me lembrar de mais nada. Então, eu acordei nas ruínas do Coliseu. Sem saber o que aconteceu comigo... Eu não sei o que aconteceu para eu estar em estado de petrificação... Eu só me lembro de... Não sei, um rugido, algo assim, entende? Um barulho descomunal. É estranho, minha senhora... Você entende? Eu não vivo, pois um ser vivo pode morrer. Mas eu não... Então, eu não posso morrer, mas também não posso viver.

Wolfric perdeu-se em pensamentos, ficando calado por alguns momentos.

- Bom, essa é minha história...Até onde eu me lembro, pelo menos.

Disse, quando voltou a si.

Gandalf se levantava com todos os ossos do seu corpo estalando, havia escutado tudo inconscientemente e se direcionava para o templo enquanto todas a coisas sumiam no ar.

- Vamos andando.

- Gandalf. Pra onde vamos?

- Para o templo, a muito a explorar.

- O Templo? Existem pessoas morando nele?

Perguntou, curioso.

- Nós podemos ir também?

- Siiiiiiim, podemos ir? Sssssssse haver morte eu vou, siiiiiiiiiiiiiim, morte HAHAHAHAHAHAHHHAAHAHAHAH!

Marko se punha de pé e de repente começava a caminhar por uma direção aleatória.

Entristecida com a história, ela nem pode retroceder as palavras de Wolfric. Ficou pensativa, olhando fixamente para o chão por alguns momentos. Conscientemente, ouviu as palavras de Gandalf, e respondeu a ele:

- Um Templo? Eu estava procurando por um templo...

Levanta, um pouco atordoada pela história de Wolfric.

- Bem, vamos então. Você também, Marko.

Ela vai na frente, acompanhando Wolfric, ao lado dele, falando mais baixo:

- Desculpe ficar sem reação..

Continua o acompanhando, olhando para frente de forma disfarçada...

- Tudo bem.

Diz Wolfric, sem demonstrar estar abalado.

Com um leve sorriso, pergunta a ele, demonstrando um tipo de "conexão":

- Você também domina o fogo?

Diz ela, olhando para seus palmos, que no momento geravam uma labareda constante.

- Sim, é como uma segunda forma de luta, senhora.

- Legal.

Em tom de riso, fecha seu palmo, apagando assim a labareda. No local da labareda, formava-se um cristal de energia constante... Ela estende seus braços, e estende os de Wolfric. Ela deixa o cristal em seu palmo e o fecha, olhando em seu rosto com um sorriso aberto.

- Espero que te ajude...

- O que é isso?

Disse, agora perto do templo.