O Mar das Serpentes

Um navio de médio porte passava por algum ponto do Mar das Serpentes em toda velocidade. Um jovem elfo estava o guiando, ao lado de uma estranha entidade de espírito. A tripulação era uma média de 20, porém não eram Elfos. Provavelmente haviam sido contratados. Sentado na ponta frontal do Navio, o guerreiro se alimentava de uma maçã.

- Hey, Listen!
Dizia a entidade de Espírito.
- Cala a boca Navi! Você já tinha parado com isso!
Dizia o elfo, que parara de abocanhar a maçã por momentos.
- Incrível como não encontramos serpentes até agora...
Pensava alto, olhando ao horizonte novamente se deliciando com a maçã.
A entidade de espírito rodava pelo barco, contagiante. Os Tripulantes asseguravam o funcionamento do Navio, e se divertiam bebendo copos de garapa. O Navio seguia em frente.

Grandes ondas de 15m de altura vinham em direção ao navio. Ao horizonte iluminado fracamente pela pálida luz do luar, enormes sombras se erguiam. Serpentes, ao horizonte?

O elfo observa a cena, e logo levanta voz de ordem:

- Virem este navio, AGORA!

Os tripulantes começavam o trabalho, e o Navio foi rapidamente virado, de modo que a onda atingisse seu casco lateral esquerdo. Navi se aproximava do Elfo, se protegendo. A onda passou sem causar muito alarde. O que podia-se erguer a frente fez o elfo se prevenir:

- Preparem os Canhões! Vamos dar de frente com a primeira Bichana, hahaha!

Dizia o líder com ânimo, erguendo seus braços para o luar enquanto empunhava a espada, que refletia a pouca iluminação presente. Os tripulantes carregavam os canhões com a devida munição.

A calmaria que se seguiu foi pior do que se a mais colossal fera tivesse se erguido. As ondas apenas continuaram, mais calmas.

O que apenas se ouvia era o barulho do vento. O Elfo que continuava na mesma posição, teve seu barato cortado. Dividindo seu olhar entre a tripulação, estava claramente constrangido.

- Não foi dessa vez Link...

Risadas da tripulação seguiam a cena. Link virava-se para o horizonte novamente, ordenando continuar o trajeto. A diversão continuava, assim como o Navio.

- Já é a quarta vez que isso acontece Navi! Já tinha que ter perdido a graça...

Diz, voltando a ponta do Navio. Chutava a maçã mordida que estava no chão do Navio para o mar, enquanto ouvia a resposta de Navi:

- Quem sabe da próxima vez?
- Se houver próxima vez...

Descansava sua espada, e sentava-se no mesmo lugar. Apoiando o rosto com o palmo esquerdo, estava claramente entediado.

A pancada que se seguiu ergueu o navio, jogando-o cerca de 8 metros para o lado, enquanto virava levemente. Então, novamente, calmaria; não haviam ondas dessa vez!

Toda a tripulação levava o impacto, alguns caiam e outros lutavam para manter o navio de pé. O Líder foi jogado junto, mas se segurou em um dos mastros, logo recuperando sua posição.

- O que foi isso?! Será... Uma delas?

Impressionado, empunhava seu arco. Os canhões apontados para direções diversas, a tripulação já nos postos prontos para dar o tiro. Observava o mar tentando notar alguma diferença. Logo agarrava uma das flechas de sua aljava. Carregava o arco, puxando a flecha até chegar próxima ao seu ombro. A lançava contra o mar, fazendo um baixo ruído e uma minúscula alteração na água em volta.

A calmaria retornara. Todos estavam alertas agora.

A Tripulação se preparava para retomar movimento, mas foram proibidas pelo elfo:

- Não retomem movimento. Vamos passar a noite aqui, caso algo aconteça, estamos preparados.

Navi se acomodava em cima de um paninho macio. A Tripulação chorava toda a garapa desperdiçada, e num arranjo, começavam a se divertir com jogos de tabuleiro e histórias de marinheiro. Link se mantinha desinquieto, e redobrava sua atenção. O Arco ainda empunhado, pronto para o mínimo movimento.

Nenhum movimento fora sentido na meia hora que se passou até que todos fossem dormir.

Com toda a tripulação adormecida em seus aposentos, apenas o Elfo se mantinha de pé. Com a atenção ainda redobrada, andava pelo Navio de lado a lado. O silêncio cobria a fria noite.

Então, uma criatura colossal ergueu-se ao lado do navio, com mais de 25m de altura. Sua aparição fez com que ondas gigantes se acarretassem, mandando o navio para longe enquanto a criatura abria sua mandibula gigante.



[ Creditos: http://www.deviantart.com/art/sea-monster-294422813 ]

Com o impacto, toda a tripulação já estava de pé. Preparavam e viravam os canhões direção a criatura, esperando a ordem do Líder. Navi só observava, um pouco assustada, creio. Link empunhava uma flecha alterada, com explosivos na ponta. A armava no Arco, logo a puxando o máximo que podia, ultrapassando seus ombros.

- ATACAAAAAAAAR!

Ao grito, cerca de 6 bolas de canhão foram lançadas contra o "tórax" da serpente, junto a flecha explosiva que largava em disparada, perfeitamente alinhada com a boca aberta da criatura.

A criatura se abaixou, simplesmente engolindo as bolas de canhão. A flecha passou acima de sua cabeça, perdendo-se na infinidade do mar. A criatura mergulhou, sumindo.

- Armem as velas, o vento segue em direção de Pine Barrens! Este combate é impossível, ignorem e sigam adiante. Quero Quatro de vocês armando os canhões e o resto, marche em frente! Navi, cure aqueles dois feridos!

Dizia o Elfo líder, agitado. Os marinheiros seguiam ordem, e as bolas de canhão já eram carregadas. Navi curava os feridos, enquanto Link preparava mais uma flecha. Esta, desta vez, mantinha uma coloração azulada, e uma estranha textura com rachaduras. Armando o arco com a mesma, a puxa para trás do ombro, agachando-se um pouco, dividindo sua direção atento ao próximo movimento da fera.

Nem a criatura, nem nenhuma outra, porém, se ergueram pelo resto da viagem.

O barco aporta no Litoral de Pine Barrens. Toda a tripulação segura, um pouco assustadas pelo que acontecera. Link, que já havia se acalmado, descem em terra com a mesma animação de sempre:

- Vamos Navi, temos muito o que explorar aqui!
- Siiim!

Responde Navi, com animação. Deixando o barco aportado ali, com a tripulação sobre sua conta, Link segue caminho a frente acompanhado de Navi.

Faltava pouco para Marko chegar em seu destino, mais um dia de viagem e estaria pisando em terras novas, onde uma vida nova o esperava. O barco havia passado por alguns maus bocados, uma grande tempestade havia acertado com força aquela pequena e robusta embarcação, algumas velas e o mastro necessitaram de reparos, mas nada que atrasasse a viagem. E agora Marko apenas andava pelo convés, como fazia todos os dias desde que partiu do litoral, ansioso para começar sua vida nova.

A viagem correu sossegada, e em menos de um dia, o navio de Marko atracou em Dornell, deixando-lhe lá, e voltando em direção ao continente de onde viera.